terça-feira, 28 de abril de 2015

O Cinema de Kenji Mizoguchi


Entre os dias 05 e 17 de maio a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) apresenta a mostra O Cinema de Kenji Mizoguchi, com seis filmes em película do grande mestre do cinema japonês, incluindo Contos da Lua Vaga, O Intendente Sansho e Oharu – A Vida de uma Cortesã. Com apoio a Fundação Japão e do Escritório Consular do Japão em Porto Alegre, a mostra tem entrada franca. Durante a mostra, acontece uma edição especial do Projeto Raros, com o filme Desejo Profano, obra-prima de Shohei Imamura, um dos principais herdeiros de Mizoguchi dentro da Nouvelle Vague Japonesa.

KENJI MIZOGUCHI

A mostra O Cinema de Kenji Mizoguchi exibe seis filmes realizados durante a década de 1950, a última (e uma das mais prolíficas) do diretor japonês, que morreu precocemente em 1956, aos 58 anos, após várias décadas marcadas por dezenas de obras-primas da história do cinema. A mostra exibe os filmes Oharu – A Vida de uma Cortesã (1952, 16mm) Contos da Lua Vaga (1953, 16mm), A Música de Gion (1953, 35mm), Os Amantes Crucificados (1954, 16mm), O Intendente Sansho (1954, 16mm) e A Nova Saga do Clã Taira (1955, 16mm).

Destacando-se nos principais festivais europeus na década de 1950 (Oharu, Contos da Lua Vaga e O Intendente Sansho receberam prêmios importantes em Veneza), Mizoguchi foi rapidamente alçado ao panteão dos principais realizadores do mundo, especialmente pela crítica francesa, que via na obra do japonês o supra-sumo daquilo que era tido como a principal especificidade do cinema: a arte da mise en scène. Dizia o então crítico Jacques Rivette, na revista Cahiers du Cinéma: “esses filmes - que nos falam, numa língua estrangeira, de histórias às quais nossos costumes e modos de vida são completamente alheios - se comunicam conosco através de uma linguagem familiar. Qual linguagem? A única à qual um cineasta deve reivindicar quando tudo está dito e feito: a linguagem da mise en scène”. Naqueles anos, Mizoguchi era recebido como uma novidade singular no Ocidente, mas já havia realizado mais de cinquenta filmes desde sua estreia, em 1923, ainda no período silencioso do cinema japonês.

Nos anos 1930, Mizoguchi ficou conhecido pelo modo atípico de filmar, construindo a maioria das cenas em apenas um plano, deixando muitas vezes a câmera distante dos atores – num tipo de enquadramento que só seria frequente no cinema contemporâneo. Desde o início, colocou em cena o seu tema favorito: a luta das mulheres e o conseqüente destino trágico num país de costumes patriarcais, tanto em representações contemporâneas quanto em narrativas do período antigo. Nos pós-segunda guerra, Mizoguchi intensificou seu olhar sobre as tragédias femininas, construindo uma série de melodramas sobre a condição da mulher japonesa, entre nobres infelizes, gueixas revoltadas e camponesas dedicadas à família. Na última década de vida, o cineasta apurou ainda mais o seu estilo cinematográfico, trabalhando o plano-sequência e os enquadramentos com uma sensibilidade jamais igualada na história do cinema.  
     

RAROS ESPECIAL

Na sexta-feira, 08 de maio, às 20h, o Projeto Raros exibe o filme Desejo Profano (Akai Satsui, 1964, 150 minutos), de Shohei Imamura, um dos principais discípulos de Mizoguchi, especialmente no modo como centraliza suas tramas na luta das mulheres para. No filme, também conhecido no Brasil como Segredos de uma Esposa, Imamura constrói um delicado drama psicológico sobre uma dona de casa que vive com o marido e o filho numa casa em ruínas perto da linha férrea e começa a repensar sua vida após as visitas constantes de um estuprador. O filme é um dos marcos iniciais da Nouvelle Vague Japonesa. A entrada é gratuita.   

GRADE DE PROGRAMAÇÃO

Oharu – A Vida de uma Cortesã (Japão, 1952, 148 minutos)

Baseado em romance de Saikaku Ihara, o filme conta a história da vida de Oharu, uma mulher que na juventude fazia parte da cortê do imperador e que em virtude de um relacionamento acaba como pedinte e cortesã, já senhora.Exibição em 16mm.

Contos da Lua Vaga (Japão, 1953, 94 minutos)

Durante a guerra civil japonesa, no século 16, o pobre oleiro Genjuro e seu cunhado Tobei viajam com as respectivas mulheres à capital da província onde vivem, nas redondezas do lago Biwa, para vender utensílios de cerâmica. Com as vendas, Tobei compra armas e se torna samurai, abandonando a esposa. Genjuro, por sua vez, acaba passando vários dias no castelo da misteriosa Lady Wakasa, quando vai entregar as mercadorias. Exibição em 16mm.

A Música de Gion (Japão, 1953, 85 minutos)

A gueixa Miyoharu precisa de uma grande quantia de dinheiro para o debute de sua aprendiz, Eiko. Para ajudá-la, seu amigo Okimi, que pega o valor emprestado com o empresário Kusuda. Como pagamento, Kusuda quer possuir Eiko e ofertar Miyoharu como presente a Kanzaki, para fechar um negócio. As duas vão contra a tradição e se rebelam. Exibição em 35mm

Os Amantes Crucificados (Japão, 1954, 100 minutos)

Osan e Mohei vivem uma história de amor proibida no Japão do XVII, que por sua paixão vão contra os valores morais predominantes. Mesmo lutando contra todas as adversidades, o amor de ambos acaba de forma trágica. Inspirado na obra do dramaturgo Monzaemon Chikamatsu. Exibição em 16mm.

O Intendente Sansho (Japão, 1954, 120 minutos)

Tamaki viaja com Zushio e Anju, seu casal de filhos. No caminho, ela é enganada e é levada para a ilha Sado, e vê seus filhos serem vendidos como escravos. Dez anos depois, Zushio e Anju sabem da história de uma mulher em Sado famosa por cantar uma triste canção por eles. Os irmãos então fazem de tudo para reencontrar sua mãe.Exibição em 16mm.

A Nova Saga do Clã Taira (Japão, 1955, 108 minutos)

O capitão Tamadori retorna a Kyoto depois de derrotar piratas no mar ocidental. A corte decide não recompensar o capitão, já que reprova o crescente poder de sua classe. Kiyomori, filho do capitão, é enviado pelo pai para a residência de Tokinobu, e se apaixona pela filha do dono da casa, Tokiko. Exibição em 16mm.




GRADE DE HORÁRIOS 

05 a 17 de maio de 2015


05 de maio (terça)

17h – Noites Brancas no Píer
20h – A Música de Gion

06 de maio (quarta)

17h – Noites Brancas no Píer
20h – Contos da Lua Vaga

07 de maio (quinta)

17h – Noites Brancas no Píer
20h – O Intendente Sansho

08 de maio (sexta)

17h – Noites Brancas no Píer
20h – Projeto Raros (Desejo Profano, de Shohei Imamura)

09 de maio (sábado)

15h – Contos da Lua Vaga
17h – Noites Brancas no Píer
19h – Oharu – A Vida de uma Cortesã

10 de maio (domingo)

15h – A Nova Saga do Clã Taira
17h – Noites Brancas no Píer
19h – Os Amantes Crucificados

12 de maio (terça-feira)

20h – Oharu – A Vida de uma Cortesã

13 de maio (quarta-feira)

20h – A Nova Saga do Clã Taira

14 de maio (quinta-feira)

17h – O Desejo da Minha Alma (estreia)
20h – Sessão Especial de A Música de Gion na Cinemateca Capitólio

15 de maio (sexta-feira)

17h – O Desejo da Minha Alma (estreia)
20h – Os Amantes Crucificados

16 de maio (sábado)

15h – Os Amantes Crucificados
17h – O Desejo da Minha Alma (estreia)
19h – O Intendente Sansho

17 de maio (domingo)

15h – Contos da Lua Vaga
17h – O Desejo da Minha Alma (estreia)
19h – A Música de Gion
  



Noites Brancas no Píer até dia 10 de maio




Noites Brancas no Píer, novo filme de Paul Vecchiali, fica em cartaz até domingo, 10 de maio, às 17h, na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar). Os ingressos custam R$ 8,00.  


NOITES BRANCAS NO PÍER

Um homem passa um ano sabático numa cidade portuária, onde todas as noites sai para uma caminhada ao longo do cais. Lá ele encontra uma moça que espera o homem da sua vida. Durante quatro noites eles discutem sobre a vida, e ele vai aos poucos se apaixonando por ela. Mas eis que surge o homem que ela ansiosamente esperava. Adaptação livre da obra de Fiódor Dostoiévski.

Paul Vecchiali nasceu em Ajaccio, França, em 1930. Depois de se formar na École Polytechnique, serviu na guerra da Argélia de 1956 a 1959. Começou a fazer filmes em 1961. Vecchiali trabalhou para Cahiers du Cinema e Revue de Cinéma, onde demonstrou uma paixão por Robert Bresson, Jean Grémillon e Max Ophüls. Ele produziu os primeiros filmes do cineasta Jean Eustache antes de fundar a sua própria empresa de produção, Diagonal de 1976. Vecchiali realizou mais de cinquenta filmes, abordando temas como a sexualidade, a pena de morte e a religião. Dirigiu, entre outros, os longas-metragens O Estrangulador (1970), Femmes Femmes (1974) Drugstore Romance (1978), Rosa la rose, publique fille (1985), Once More (Encore) (1988), Bareback ou la Guerre des Sens (2006) e Faux accords (2014).


Título Original - Nuits Blanches sur la Jetée
País - França Ano - 2014
Duração - 94 minutos
Colorido
Classificação Indicativa - 10 anos



GRADE DE HORÁRIOS DA PRIMEIRA SEMANA

05 a 10 de maio de 2015


05 de maio (terça)

17h – Noites Brancas no Píer
20h – A Música de Gion

06 de maio (quarta)

17h – Noites Brancas no Píer
20h – Contos da Lua Vaga

07 de maio (quinta)

17h – Noites Brancas no Píer
20h – O Intendente Sansho

08 de maio (sexta)

17h – Noites Brancas no Píer
20h – Projeto Raros (Desejo Profano, de Shohei Imamura)

09 de maio (sábado)

15h – Contos da Lua Vaga
17h – Noites Brancas no Píer
19h – Oharu – A Vida de uma Cortesã

10 de maio (domingo)

15h – A Nova Saga do Clã Taira
17h – Noites Brancas no Píer
19h – Os Amantes Crucificados

Obra-prima da Nouvelle Vague Japonesa no Projeto Raros




Nesta sexta-feira, 08 de maio, às 20h, a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) promove uma edição especial do Projeto Raros com o filme Desejo Profano (1964, 150 minutos), de Shohei Imamura. Com projeção em 16mm e entrada franca, a sessão é uma realização da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia, da Fundação Japão e do Escritório Consular do Japão em Porto Alegre

SINOPSE: Na ausência do marido, uma dona de casa entediada é violentada. No dia seguinte, não consegue contar ao marido e ainda sente uma estranha ânsia pelo retorno do agressor.

Desejo Profano é um dos filmes chave da chamada Nouvelle Vague Japonesa, momento de ruptura do cinema nipônico que teve em Shohei Imamura um dos principais nomes. Contratado da grande produtora Nikkatsu, Imamura já buscava a independência na década de 1950, realizando filmes com uma pegada documental, em locações distantes dos tradicionais estúdios. Nos anos 1960, radicalizou sua estética e criou obras-primas calcadas no plano-sequência e em enquadramentos primorosos.  Dedicou parte da sua obra aos dramas das mulheres japonesas, amarradas às condições impostas pela sociedade patriarcal. Poucos realizadores filmaram a insatisfação e a revolta feminina com tanto vigor como fez Imamura em obras como A Mulher Inseto (1963) e Desejo Profano (1964). Por lidar frontalmente com a libertação da mulher, o diretor é considerado o principal sucessor de Kenji Mizoguchi dentro da Nouvelle Vague Japonesa. Shohei Imamura foi um dos poucos diretores a conquistar a Palma de Ouro em Cannes duas vezes, pelos filmes A Balada de Narayama (1983) e A Enguia (1997).


 


PROJETO RAROS
08/05/2015
DESEJO PROFANO
Dirigido por Shohei Imamura
(Akai Satsui, Japão, 1964, 150 minutos)
Elenco: Masumi Harukawa, Ko Nishimura, Shigeru Tsuyuguchi, Yûko Kusunoki e Ranko Akagi
Projeção em 16mm

Entrada franca
















segunda-feira, 27 de abril de 2015

Mais uma semana para ver Um Jovem Poeta e Noites Brancas no Píer



Os cinéfilos porto-alegrenses ganharam mais uma semana para ver os filmes Noites Brancas no Píer, de Paul Vecchiali, e Um Jovem Poeta, de Damien Manivel, na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar). Os filmes seguem em cartaz até dia 03 de maio. Os ingressos custam R$ 8,00.  


GRADE DE HORÁRIOS
28 de abril a 03 de maio de 2015

 
28/04 (terça)
17h – Noites Brancas no Píer
19h – Um Jovem Poeta

29/04 (quarta)
15h – Festival Escolar (Sessão Fechada)
17h – Noites Brancas no Píer
19h – Festival Escolar (Sessão Fechada)

30/04 (quinta)
15h – Festival Escolar (Sessão Fechada)
17h – Noites Brancas no Píer
19h – Festival Escolar (Sessão Fechada)

01/05 (sexta)
15h – Festival Escolar (Sessão Fechada)
17h – Noites Brancas no Píer
19h – Um Jovem Poeta

02/05 (sábado)
15h – Um Jovem Poeta
17h – Noites Brancas no Píer
18h30 – Sessão Aurora (Dragões da Violência, de Samuel Fuller)

03/05 (domingo)
15h – Um Jovem Poeta
17h – Noites Brancas no Píer
19h – Um Jovem Poeta



 


NOITES BRANCAS NO PÍER

Um homem passa um ano sabático numa cidade portuária, onde todas as noites sai para uma caminhada ao longo do cais. Lá ele encontra uma moça que espera o homem da sua vida. Durante quatro noites eles discutem sobre a vida, e ele vai aos poucos se apaixonando por ela. Mas eis que surge o homem que ela ansiosamente esperava. Adaptação livre da obra de Fiódor Dostoiévski.

Paul Vecchiali nasceu em Ajaccio, França, em 1930. Depois de se formar na École Polytechnique, serviu na guerra da Argélia de 1956 a 1959. Começou a fazer filmes em 1961. Vecchiali trabalhou para Cahiers du Cinema e Revue de Cinéma, onde demonstrou uma paixão por Robert Bresson, Jean Grémillon e Max Ophüls. Ele produziu os primeiros filmes do cineasta Jean Eustache antes de fundar a sua própria empresa de produção, Diagonal de 1976. Vecchiali realizou mais de cinquenta filmes, abordando temas como a sexualidade, a pena de morte e a religião. Dirigiu, entre outros, os longas-metragens O Estrangulador (1970), Femmes Femmes (1974) Drugstore Romance (1978), Rosa la rose, publique fille (1985), Once More (Encore) (1988), Bareback ou la Guerre des Sens (2006) e Faux accords (2014).


Título Original - Nuits Blanches sur la Jetée
País - França Ano - 2014
Duração - 94 minutos
Colorido
Classificação Indicativa - 10 anos


UM JOVEM POETA


Recém saído da adolescência, Rémi sonha em se tornar um poeta e emocionar o mundo com seu verso poderoso e inesquecível. Buscando inspiração na cidade opressivamente quente de Sète, caneta e caderno na mão, Rémi está determinado a escrever seu poema. Mas por onde começar?

Damien Manivel (1981, França) trabalhou como dançarino e artista contemporâneo de circo. Em paralelo aos seus trabalhos como performer, dirigiu curtas-metragens. “La dame au chien” foi selecionado para a competição Tiger Awards do International Film Festival Rotterdam em 2010 e ganhou o prêmio Jean Vigo no mesmo ano. Seu último curta, “Un dimanche matin” foi selecionado para a Semana da Crítica de Cannes em 2012 e ganhou o Nikon Discovery Award. Seu primeiro longa-metragem “Um Jovem Poeta” foi exibido no 67º Festival del film Locarno na seção Cineasti del Presente e recebeu a Menção Especial do Júri.

Título Original – Un Jeune Poète
País - França
Ano – 2014
Duração – 71 min.
Colorido
Classificação Indicativa 12 anos


SUPO MUNGAM

Supo Mungam Films foi criada pelos cineastas Gracie P e Pedro Henrique Leite para produzir e distribuir seus próprios filmes bem como distribuir filmes de diversas partes do mundo no Brasil. Nosso foco está na distribuição de verdadeiros filmes independentes e undergrounds de cineastas inovadores, cujos filmes quebram “regras” e lutam contra tudo e todos. Cada filme que iremos distribuir, de cada cineasta, é diferente, mas semelhante pelo fato de que a maior parte deles não possui distribuição nos cinemas do Brasil. Queremos mudar isso e dar a esses cineastas algo especial que é ter o seu filme exibido. Nossa proposta é distribuir um novo ar de Cinema, um Cinema de cineastas que fazem filmes por paixão, por arte, pelos próprios filmes. A Supo Mungam Films também produzirá obras cinematográficas utilizando recursos próprios, sem usar fundos ou verbas de editais privados ou públicos do Brasil. Nós fazemos os filmes que queremos fazer, do nosso próprio jeito e com nosso estilo. Fazemos filmes por amor, por ódio, para colocar tudo para fora e pelo fato de que nada pode nos parar.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Faroeste de Samuel Fuller na Sessão Aurora



No sábado, 02 de maio, às 18h30, a Sessão Aurora exibe na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) o faroeste Dragões da Violência (1957, 79 minutos), de Samuel Fuller, um dos mais importantes nomes da virada moderna em Hollywood. Parte do ciclo Histórias do Cinema Americano, a sessão tem projeção digital e entrada franca. Após o filme, acontece um debate com os editores do Zinematógrafo, fanzine de crítica de cinema de Porto Alegre. 

SINOPSE: Jessica Drummond (Barbara Stanwyck) é uma fazendeira de pulso firme que comanda uma equipe de quarenta homens. Ela vive tirando o irmão de encrencas. Quando Griff Bonnell (Barry Sullivan) chega à pequena cidade, Jessica experimenta um sentimento novo e seu irmão acaba sendo preso.

Realizado em Cinemascope em preto e branco, Dragões da Violência foi lançado em uma década de contínuas rupturas no faroeste americano, quando realizadores como Anthony Mann, Robert Aldrich e Nicholas Ray, reviam algumas das premissas mais sólidas do gênero, como os conceitos de justiça, de moral e do bem, além das hierarquias clássicas entre personagens masculinos e femininos. Samuel Fuller, que havia iniciado sua trajetória no cinema justamente com um faroeste singular, Eu Matei Jesse James (1949), dedicado à figura do traidor, compõe em Dragões da Violência uma tragédia familiar e amorosa com uma sofisticação estética absoluta, repleta de rigor e elegância na decupagem (que inclusive antecipa o faroeste italiano) e nos longos travellings que acompanham os personagens. Como disse o célebre crítico português João Bénard da Costa: Dragões da Violência é um filme construído em torno do envelhecimento: envelhecimento dos protagonistas, envelhecimento do gênero. 

Produzido por Fuller dentro da 20th Century-Fox, Dragões da Violência teve algumas passagens amenizadas em relação ao texto original escrito pelo próprio diretor. Acostumado com a liberdade das películas policiais de classe B ou até mesmo com realizações independentes, o diretor precisou abrir algumas concessões a Darryl F. Zanuck para finalizar sua obra, que no projeto original teria Marilyn Monroe no papel principal. Ainda assim, o filme figura como uma das obras-primas do realizador e um capítulo obrigatório da transição do faroeste nos anos 1950. 



Sessão Aurora
02/05 - 18h30
Dragões da Violência
(Forty Guns, Estados Unidos, 1957, 79 minutos)
Direção: Samuel Fuller
Elenco: Barbara Stanwyck (Jessica Drummond), Barry Sullivan (Griff Bonnell), Dean Jagger (xerife Ned Logan), John Ericson (Brockie Drummond), Gene Barry (Wes Bonnell), Robert Dix (Chico Bonnell)
Exibição em DVD com legendas em português.




GRADE DE HORÁRIOS
28 de abril a 03 de maio de 2015



28/04
17h – Noites Brancas no Píer
19h – Um Jovem Poeta

29/04
15h – Festival Escolar (Sessão Fechada)
17h – Noites Brancas no Píer
19h – Festival Escolar (Sessão Fechada)

30/04
15h – Festival Escolar (Sessão Fechada)
17h – Noites Brancas no Píer
19h – Festival Escolar (Sessão Fechada)

01/05
15h – Festival Escolar (Sessão Fechada)
17h – Noites Brancas no Píer
19h – Um Jovem Poeta

02/05
15h – Um Jovem Poeta
17h – Noites Brancas no Píer
18h30 – Sessão Aurora (Dragões da Violência, de Samuel Fuller)

03/05
15h – Um Jovem Poeta
17h – Noites Brancas no Píer
19h – Um Jovem Poeta



domingo, 19 de abril de 2015

Noites Brancas no Píer e Um Jovem Poeta seguem em cartaz





Os filmes Noites Brancas no Píer, de Paul Vecchiali, e Um Jovem Poeta, de Damien Manivel, seguem em cartaz na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) até o dia 26 de abril. Os ingressos custam R$ 8,00.  

GRADE DE HORÁRIOS
21 a 26 de abril de 2015

21 de abril (terça)

15h – Noites Brancas no Píer
16h30 – Um Jovem Poeta
17h45 – Noites Brancas no Píer
19h20 – Um Jovem Poeta
20h30 – Sessão Plataforma (O Velho do Restelo + La Sapienza)


22 de abril (quarta)

15h – Noites Brancas no Píer
16h30 – Um Jovem Poeta
17h45 – Noites Brancas no Píer
19h20 – Um Jovem Poeta

23 de abril (quinta)

14h30 –  Festival Escolar de Cinema
17h45 – Noites Brancas no Píer
19h20 – Um Jovem Poeta

24 de abril (sexta)

14h30 – Festival Escolar de Cinema
17h45 – Noites Brancas no Píer
19h20 – Um Jovem Poeta


25 de abril (sábado)

15h – Noites Brancas no Píer
16h30 – Um Jovem Poeta
17h45 – Noites Brancas no Píer
19h20 – Sessão Plataforma Reprise (O Velho do Restelo + La Sapienza)

26 de abril (domingo)

15h – Noites Brancas no Píer
16h30 – Um Jovem Poeta
17h45 – Noites Brancas no Píer
19h20 – Um Jovem Poeta



NOITES BRANCAS NO PÍER

Um homem passa um ano sabático numa cidade portuária, onde todas as noites sai para uma caminhada ao longo do cais. Lá ele encontra uma moça que espera o homem da sua vida. Durante quatro noites eles discutem sobre a vida, e ele vai aos poucos se apaixonando por ela. Mas eis que surge o homem que ela ansiosamente esperava. Adaptação livre da obra de Fiódor Dostoiévski.

Paul Vecchiali nasceu em Ajaccio, França, em 1930. Depois de se formar na École Polytechnique, serviu na guerra da Argélia de 1956 a 1959. Começou a fazer filmes em 1961. Vecchiali trabalhou para Cahiers du Cinema e Revue de Cinéma, onde demonstrou uma paixão por Robert Bresson, Jean Grémillon e Max Ophüls. Ele produziu os primeiros filmes do cineasta Jean Eustache antes de fundar a sua própria empresa de produção, Diagonal de 1976. Vecchiali realizou mais de cinquenta filmes, abordando temas como a sexualidade, a pena de morte e a religião. Dirigiu, entre outros, os longas-metragens O Estrangulador (1970), Femmes Femmes (1974) Drugstore Romance (1978), Rosa la rose, publique fille (1985), Once More (Encore) (1988), Bareback ou la Guerre des Sens (2006) e Faux accords (2014).


Título Original - Nuits Blanches sur la Jetée
País - França Ano - 2014
Duração - 94 minutos
Colorido
Classificação Indicativa - 10 anos


UM JOVEM POETA

Recém saído da adolescência, Rémi sonha em se tornar um poeta e emocionar o mundo com seu verso poderoso e inesquecível. Buscando inspiração na cidade opressivamente quente de Sète, caneta e caderno na mão, Rémi está determinado a escrever seu poema. Mas por onde começar?

Damien Manivel (1981, França) trabalhou como dançarino e artista contemporâneo de circo. Em paralelo aos seus trabalhos como performer, dirigiu curtas-metragens. “La dame au chien” foi selecionado para a competição Tiger Awards do International Film Festival Rotterdam em 2010 e ganhou o prêmio Jean Vigo no mesmo ano. Seu último curta, “Un dimanche matin” foi selecionado para a Semana da Crítica de Cannes em 2012 e ganhou o Nikon Discovery Award. Seu primeiro longa-metragem “Um Jovem Poeta” foi exibido no 67º Festival del film Locarno na seção Cineasti del Presente e recebeu a Menção Especial do Júri.

Título Original – Un Jeune Poète
País - França
Ano – 2014
Duração – 71 min.
Colorido
Classificação Indicativa 12 anos


SUPO MUNGAM

Supo Mungam Films foi criada pelos cineastas Gracie P e Pedro Henrique Leite para produzir e distribuir seus próprios filmes bem como distribuir filmes de diversas partes do mundo no Brasil. Nosso foco está na distribuição de verdadeiros filmes independentes e undergrounds de cineastas inovadores, cujos filmes quebram “regras” e lutam contra tudo e todos. Cada filme que iremos distribuir, de cada cineasta, é diferente, mas semelhante pelo fato de que a maior parte deles não possui distribuição nos cinemas do Brasil. Queremos mudar isso e dar a esses cineastas algo especial que é ter o seu filme exibido. Nossa proposta é distribuir um novo ar de Cinema, um Cinema de cineastas que fazem filmes por paixão, por arte, pelos próprios filmes. A Supo Mungam Films também produzirá obras cinematográficas utilizando recursos próprios, sem usar fundos ou verbas de editais privados ou públicos do Brasil. Nós fazemos os filmes que queremos fazer, do nosso próprio jeito e com nosso estilo. Fazemos filmes por amor, por ódio, para colocar tudo para fora e pelo fato de que nada pode nos parar.