quinta-feira, 7 de junho de 2012

DOCUMENTÁRIO DANÚBIO NA SALA P. F. GASTAL


A história do projeto

No fim dos anos 80, o diretor Henrique de Freitas Lima foi convocado pela crítica de arte e gestora cultural Evelyn Ioschpe para uma tarefa especial. O projeto Arte na Escola , hoje o carro chefe entre os programas da Fundação de abrangência nacional e sede em São Paulo, buscava uma forma eficiente de arte educar, através do uso de vídeos sobre o fazer artístico que pudessem ser usados em sala de aula acompanhados por materiais pedagógicos produzidos por especialistas. No período que exerceu esta função, que aperfeiçoou seu olhar e o aproximou das artes visuais, o cineasta licenciou para a Fundação mais de 300 títulos, garimpados no Brasil e Exterior. Uma constatação, entretanto, ficou evidente: era insignificante a documentação dos artistas do Sul, em que pese sua importância no cenário nacional. A vontade de sanar esta lacuna ficou latente, já que a Fundação não tinha entre suas metas a produção de documentários.

Muitos filmes depois, Henrique veio a conhecer Danúbio Gonçalves através de José Antonio Mazza Leite, que o levou à pré-estréia de Concerto Campestre (2004), longa que reconstituiu a época áurea do charque para adaptar para as telas de cinema a novela de Luiz Antônio de Assis Brasil. Mazza Leite tinha Danúbio, o grande artista da série Xarqueadas,  gravuras produzidas na década de 50 que lhe garantiram os prêmios mais importantes de sua carreira, como o doador principal do pequeno Museu do Charque, empreendimento de um grupo de abnegados que tenta manter viva em Pelotas a herança da atividade que engendrou a própria cidade. Henrique acabou doando para o Museu farto material do filme, como a maquete da charqueada realizada a partir da gravura clássica de 1828 de Jean-Baptiste Débret , adereços e figurinos. O espaço expositivo do Museu do Charque está localizado atualmente nas dependências da Charqueada Santa Rita, bela pousada às margens do arroio Pelotas, e recebe muitos visitantes.

A amizade entre o cineasta e o artista, hoje com 87 anos completos e em plena atividade, gerou a belíssima abertura do filme com versão em série de televisão Contos Gauchescos, que tem estréia prevista para setembro de 2012.

A partir de desenhos de Danúbio, as imagens foram animadas e musicadas por Sérgio Rojas, que compôs especialmente a Milonga para João Simões Lopes Neto, gravada com a participação da gaita de Renato Borghetti. Inscrito no Festival de Gramado entre os curtas metragens gaúchos de 2009, o episódio Jogo do Osso garantiu a Rojas o prêmio de Melhor Música
                         
A convivência fez Danúbio revelar o desejo de ter sua trajetória documentada e convidasse Henrique a fazê-lo. O convite foi aceito e o filme está chegando às telas.



Veja algumas opiniões sobre o filme:

“Para incidir deliberadamente no lugar-comum, este documentário é um retrato de corpo inteiro. Precisávamos disso, Danúbio precisava, o Rio Grande também.”
Luiz Antonio de Assis Brasil, escritor

“É um filme emocionante, pois amoroso da existência de um homem e um artista. Por sorte, trata-se do homem mais simples do mundo, que se apresenta desta maneira, como um tarefeiro. Chegou no planeta, preparou-se e toda a vida foi dedicada a este ofício. A inteireza do Danúbio é verdadeiramente tocante”.
Jacob Klintowitz, crítico de arte

“O conjunto, costurado por bela música, imagens e paisagens encantadoras, que se refletem muitas vezes, surge temperado com equilíbrio entre palavra e silêncios, emoldurando o homem e o artista na história da nossa cultura. Um belo resultado”.
Débora Mutter, doutora em literatura

“Está registrada importante memória de capítulo dos mais significativos das artes do Rio Grande do Sul”.
Evelyn Berg Ioschpe, critica de arte e gestora cultural



O documentário Danúbio, de Henrique de Freitas Lima, sobre o artista Danúbio Gonçalves  pode ser visto nas sessões das 15h, 17h e 19h.

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