sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Sala P.F. Gastal segue exibindo Mostra com Filmes Censurados, com novos títulos

           A fim de estimular o debate e marcar posição contra o recente e absurdo episódio envolvendo a proibição do filme A Serbian Film no Rio de Janeiro, a Sala P. F. Gastal segue exibindo a mostra que reúne uma série de célebres títulos que enfrentaram problemas com a censura e tiveram dificuldade de chegar ao público. Em sua segunda semana, a mostra agrega novos títulos à programação, como o clássico filme russo O Encouraçado Potemkim, de Serguei Eisenstein, e o espanhol A Caça (1966), segundo longa-metragem do diretor espanhol Carlos Saura, cineasta que enfrentou diversos problemas com a censura durante o governo do ditador Francisco Franco. Nunca lançado nos cinemas brasileiros, A Caça terá uma única exibição na sexta-feira, dia 12, às 20h, dentro do projeto Raros. Entre as outras atrações programadas, clássicos como Último Tango em Paris, de Bernardo Bertolucci, Glória Feita de Sangue, de Stanley Kubrick, e Sob o Domínio do Medo, de Sam Peckinpah. A programação tem o apoio da MPLC Distribuidora e da Programadora Brasil.

         Na sessão das 17h, a Sala P. F. Gastal segue exibindo a produção uruguaia La Matinée, de Sebastián Bednarik, dentro do projeto Mirada Latina, destinado a exibir produções independentes do cinema latino-americano.
PROGRAMAÇÃO

O Encouraçado Potemkin (Bronenosets Potyomkin), de Serguei Eisenstein. Rússia, 1925, 75 minutos.

Filme que disputa, com o Cidadão Kane de Orson Welles, o posto de melhor filme de todos os tempos. A revolta de um grupo de marinheiros de um navio e sua violenta repressão pelas tropas do czar, episódio-chave no movimento que levaria à Revolução de Outubro, deu origem a esta obra-prima do cineasta Serguei Eisenstein. Seu conteúdo, considerado revolucionário e subversivo, fez com que o filme fosse banido dos cinemas brasileiros durante a ditadura militar. Exibição em DVD.

A Caça (La Caza), de Carlos Saura. Espanha, 1966, 91 minutos.

Um grupo de amigos sai para uma caçada em região que foi cenário de sangrentos conflitos durante a Guerra Civil Espanhola. Uma poderosa alegoria de Saura sobre o regime ditatorial do General Francisco Franco, nunca lançada nos cinemas brasileiros. Única exibição no projeto Raros. Exibição em DVD.

Sob o Domínio do Medo (Straw Dogs), de Sam Peckinpah. Inglaterra/EUA, 1971, 118 minutos.

Um pacato professor (Dustin Hoffman) tem sua casa invadida por um grupo de marginais e acaba reagindo com extrema violência contra os agressores. Um dos melhores trabalhos do mestre Sam Peckinpah, este filme enfrentou problemas com a censura em diversos países pela violência de algumas seqüências. Exibição em DVD.

Último Tango em Paris (Last Tango in Paris), de Bernardo Bertolucci. França/Itália, 1972, 129 minutos.

Ele (Marlon Brando) é um americano de 45 anos morando em Paris, atormentado pelo suicídio de sua esposa. Ela (Maria Schneider) é uma beldade parisiense de 20 anos, noiva de um jovem cineasta. Sem sequer saber os nomes um do outro, estas duas almas torturadas se unem para satisfazer seus desejos sexuais em um apartamento vazio. Cercado de uma aura de escândalo à época de seu lançamento, Último Tango em Paris foi proibido pela moralista censura do governo militar. Revisto hoje, suas sequências de sexo (que motivaram a sua proibição na época) chegam a ser pudicas. Exibição em DVD.

Glória Feita de Sangue (Paths of Glory). EUA, 1957, 88 minutos.

Primeira Guerra Mundial. Da segurança de um castelo atrás das linhas de combate, o Quartel General francês passa uma ordem direta para o Coronel Dax (Kirk Douglas): tomar uma posição inimiga a qualquer custo. Uma missão totalmente suicida, e um ataque destinado ao fracasso. Para dar cobertura a seu erro fatal, os generais ordenam a prisão de três soldados inocentes, acusando-os de covardia e motim. Inspirado em fatos reais, este clássico do cinema anti-militarista provocou a ira do governo francês, que proibiu sua difusão na França durante vários anos. Exibição em DVD.

Queimada! (Burn!), de Gillo Pontecorvo (Itália/França, 1969, 112 minutos)

Uma ilha do Caribe na metade do século XIX. Escravos de vastas plantações de açúcar dos portugueses estão prontos para transformar sua miséria em revolta. Para reverter a situação a seu favor, o governo britânico envia para a ilha o agente William Walker em uma missão tripla e desonesta: convencer os escravos a se rebelarem, tomar o comércio de açúcar para a Inglaterra e restabelecer o regime de escravidão. Marlon Brando estrela esta obra-prima do cinema político, que foi proibida pelo governo militar brasileiro. Exibição em DVD.

Emmanuelle, de Just Jaeckin  (França, 1974, 90 minutos)

Na exótica Tailândia, Emmanuelle (Sylvia Kristel), uma linda e sensual modelo, viaja para encontrar o seu marido diplomata, Jean (Daniel Sarky), bem mais velho que ela. Ambos são tolerantes com os casos extraconjugais do outro e embora Emmanuelle tenha aprendido muitas coisas sobre o amor com o marido, Jean acredita que ela deva se aventurar em novas experiências sexuais. Um clássico do cinema erótico, Emmanuelle transformou Sylvia Kristel numa estrela e enfrentou problemas com a censura em diversos países. Vistas hoje, suas seqüências de sexo, a exemplo do que aconteceu com Último Tango em Paris, são quase pueris. Exibição em DVD.

GRADE DE HORÁRIOS

Semana de 9 a 14 de agosto de 2011


Terça-feira (9 de agosto)
15:00 – Glória Feita de Sangue
17:00 – La Matinée
19:00 – O Encouraçado Potemkin

Quarta-feira (10 de agosto)
15:00 – Queimada!
17:00 – La Matinée
19:00 – Sob o Domínio do Medo

Quinta-feira (11 de agosto)
15:00 – O Encouraçado Potemkin
17:00 – La Matinée
19:00 – Emmanuelle

Sexta-feira (12 de agosto)
15:00 – Sob o Domínio do Medo
17:00 – La Matinée
20:00 – Projeto Raros (A Caça, de Carlos Saura)

Sábado (13 de agosto)
15:00 – Queimada!
17:00 – La Matinée
19:00 – O Encouraçado Potemkin

Domingo (14 de agosto)
15:00 – Sob o Domínio do Medo
17:00 – La Matinée
19:00 – Emmanuelle

2 comentários :

  1. O Encouraçado Potemkin é o que merecia estar em primeiro. Ele, ou o Poderoso Chefão. Nada contra Cidadão Kane pois acho uma verdadeira obra prima e muito a frente ao seu tempo, mas acho que merece uma nova analizada sobre o posto do melhor de todos os tempos.

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  2. Sou mais Cidadão Kane. A mensagem dele, p/ mim, é + significativa.

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